segunda-feira, 20 de junho de 2011

O crescimento do mercado de auditoria no Brasil

   É perceptível o relevante crescimento do mercado de auditoria no Brasil, onde as chamadas "Big Four" - Deloitte, Ernst & Young Terco, KPMG e PWC - decidiram, este ano, aumentar o número de vagas para seus programas de trainees,que é a tradicional porta de entrada nessas organizações. Uma outra estratégia de atração e retenção de talentos, que foi adota pela KPMG, é o processo seletivo para atrair profissionais mais experientes, que tenham no mínimo 3 anos de atuação no mercado. De acordo com  Adriana Zanni, diretora de RH da KPMG,   a demanda por auditores cresceu 30% em 2011, o que ratifica o crescimento dessa área profissional no Brasil.

   Diversos fatores podem ser citados para explanar o crescimento da demanda por auditores. Estima-se em 2011 um aumento significativo no número de IPOs (Initial public offering), onde empresas emergentes alavancam o seu crescimento, através da abertura de capitais. Além do aumento das companhias abertas é imprescindível considerar que o setor estima que haja dez mil empresas médias que precisem de serviços de auditoria. Na avaliação mais conservadora, esse número pode crescer para 15 mil até 2016 , ou seja, uma expansão de 50%. Também é possível atribuir esse crescimento do mercado de auditoria ao aumento do número de companhias abertas e das firmas que são controladas ou fornecedores de conglomerados internacionais e que precisam  submeter seus números ao escrutínio externo.

   Recentemente ocorreu a aquisição das operações da BDO no Brasil pela KPMG, por um valor estimado em R$ 150 milhões. A britânica BDO, que já foi sócia da Trevisan, continuará no País com outra parceira, a RCS. No ano passado a Ernst & Young adquiriu as operações brasileiras da Terco Grand Thornton e tornou-se a segunda maior empresa do mercado, atrás apenas da PricewaterhouseCoopers (PwC). Essas transações têm o objetivo de atingir a valiosa fatia de mercado de companhias de médio porte, o chamado middle market. O presidente da KPMG, Pedro Melo, dispõe que com a compra, irá aumentar a participação no segmento das empresas de médio porte. “Manteremos o foco em empresas médias e fechadas”. diz o presidente Raul Corrêa da Silva, da RCS. “Esse é o segmento que mais deve crescer nos próximos anos.”

   Também haverá aumento na demanda por serviços das empresas que já são auditadas atualmente, pois necessitam se adequar às normas internacionais de contabilidade (IFRS). Esse trabalho, que foi realizado nas companhias abertas ao longo de 2010, demandou milhares de horas de trabalho, em um mercado onde os sócios mais graduados não realizam o serviço por menos de R$ 200 a hora. De acordo com um estudo realizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em pareceria com a Ernest & Young, para realizar a compilação das mudanças necessárias foi demandado cinco mil horas de trabalho.

   Uma parcela responsável pelo aumento na procura por auditores pode ser atribuída as empresas não especializadas em auditoria, que também passaram a disputar esses profissionais. Após o fim da crise econômica, iniciada em 2007, as empresas começaram a buscar mais eficiência em processos de controle interno e governança corporativa. Essa necessidade das empresas, principalmente nos setores de construção civil, engenharia, infraestrutura e papel e celulose, valoriza o profissional que é formado nas grandes empresas de auditorias. Além da boa qualificação e do domínio de inglês, esses profissionais passam por treinamentos intensivos e são altamente especializados.

   Pode-se afirmar sobre a expansão do mercado de auditoria, que assim como houve o crescimento das ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações, há uma demanda de empresas fechadas que querem aumentar sua governança e melhorar os controles, das empresas estrangeiras que abrem filiais no país e precisam dos serviços de auditoria, e das empresas já abertas que precisam se adaptar, por exemplo, ao modelo de contabilidade internacional, conhecido como IFRS.




Por Michele Dias.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ética empresarial

   Um conjunto de valores éticos é uma importante ferramenta para que gerentes e colaboradores de uma forma geral, tomem decisões empresariais condizentes com as metas e convicções de sua empresa. No entanto, para solucionar problemas de consciência ética da organização, não basta apenas a realização de uma seleção de valores por parte da alta direção. Também será fundamental o total comprometimento da administração, assim como transparência e clareza sobre as razões da seleção de certos valores e princípios e a forma como estes serão aplicados às rotinas da entidade. Para um programa ético ser implementado com eficácia, serão imprescindíveis determinadas ações como: 
  • Incrementar condições favoráveis para a prática ética desde o início do processo;
  • Confiar e apoiar pessoas no caso de dilemas éticos;
  • Ser coerente em situações de adversidade;
  • Evitar o moralismo e aceitar as pessoas com suas virtudes e seus defeitos
   As razões para a adoção de um programa ético na organização são diversas, como a exigência de mercado e a prática da responsabilidade social. Nas atuais economias nacionais e globais, as práticas empresariais dos administradores e diretores, afetam diretamente a imagem da empresa para qual trabalham. Nas últimas décadas, diversos escândalos corporativos como as que ocorreram com a Enron, Parmalat e Worldcom, desencadearam uma crise de confiança por parte de investidores, acionistas, colaboradores, e consumidores. Para que a empresa possa se manter em meio a um mercado cada vez mais exigente e competitivo é essencial  prezar por uma sólida reputação de comportamento ético.
    A responsabilidade social, também é uma importante medida a ser considerada, e possui perspectivas diferenciadas e interdependentes, como a dimensão legal, dimensão econômica, dimensão ética e a dimensão filantrópica. Para exercer a responsabilidade social, será necessário o exercício continuado de ações éticas que possuam como objetivo o bem comum, como o desenvolvimento social e o respeito pelo ser humano, o respeito aos interesses e a dignidade dos consumidores, implementação de atividades culturais, educacionais e de lazer, oferta de melhores condições de trabalho e remuneração aos seus colaboradores, e a preservação do meio ambiente.
    Um ambiente eticamente saudável acarretará incalculáveis benefícios internos e externos para a organização. O ambiente de trabalho se tornará mais agradável assim como  grau de satisfação e coesão dos seus colaboradores aumentará, resultando em um aumento de produtividade, que também será refletida na boa imagem da empresa perante a sociedade.