domingo, 11 de março de 2012

Contribuição da auditoria para o desenvolvimento social e econômico

A auditoria possui um papel fundamental em relação à validação das informações contidas nas demonstrações contábeis, e consequentemente, atribuir ao objeto de auditoria maior transparência em relação aos métodos e procedimentos utilizados para a compilação das informações contábeis nas demonstrações. A auditoria independente também deverá constatar se as demonstrações contábeis foram elaboradas com observância das práticas contábeis em vigor no Brasil.
É perceptível que as entidades inseridas na sociedade, são responsáveis por colaborar com o desenvolvimento econômico e social no país, afinal proporcionam altos investimentos, geração de empregos, implementação de projetos sociais, dentre outros. A auditoria dispõe aos diversos usuários das informações contábeis, tais como investidores, acionistas, consumidores, colaboradores, ao governo e aos órgãos reguladores, se as demonstrações financeiras expressam a verdadeira situação patrimonial da entidade auditada. É perceptível a importância do papel da auditoria no contexto econômico social, através da sua utilidade para prevenir fraudes contábeis ou constatá-las, se for o caso,  ou ainda divulgar o risco de continuidade da organização.
Infelizmente, também é notória a contribuição da auditoria na sociedade, quando se constata as consequências negativas geradas por uma grande firma de auditoria que não cumpriu o sua devida função. É possível exemplificar tal afirmação, através de um dos maiores escândalos corporativos dos últimos tempos, onde a Arthur Andersen, não divulgou nos seus pareceres o risco de continuidade, assim como as inúmeras fraudes que sustentavam lucros absurdamente altos e fictícios. E o resultado foi catastrófico, onde os 4 mil colaboradores que participavam do fundo de pensão da Enron perderam, junto com o emprego, a economia acumulada em anos de trabalho. Um exemplo que causa revolta, é a do colaborador Charles Prestwood, que perdeu US$ 1,3 milhão no fundo de pensão da Enron, após 33 anos de trabalho em várias empresas do setor de energia, e assim como outros colaboradores recebia incentivos dos executivos da Enron para depositar no fundo de pensão. Além dos colaboradores, investidores, acionistas, e os próprios clientes da Enron, sofreram as consequências de uma empresa comandada por executivos antiéticos, que tiveram tempo de levantar US$ 1,1 bilhão antes que o escândalo se tornasse público.
A auditoria, que cumpre corretamente os seus deveres e funções, visa à transparência da situação financeira da entidade, e se não houver distorções relevantes, colaborará para garantir aos usuários que as informações evidenciadas estão validadas e regularizadas. Uma das vantagens da auditoria é proporcionar às contas que foram analisadas um maior grau de confiabilidade, assim como, também é possível transmitir aos investidores e acionistas essa garantia, quando a auditoria não constata irregularidades na entidade, aliada com as normatizações que objetivam maior rigidez nas auditorias, como a Lei Sarbanes-Oxley. Outra vantagem da auditoria é a possibilidade de revisão de procedimentos e métodos pela administração da entidade auditada, se forem encontradas divergências entre os resultados do auditor e da entidade auditada, caso seja relevante.
O campo de atuação da auditoria no Brasil possui a tendência de ampliação, estimulada pela sua notabilidade no meio econômico e social. Dentre as áreas que auditoria poderá ingressar, é possível destacar;

a) Sociedades de grande porte, independente da sua natureza jurídica, assim como as sociedades controladoras de entidades de grande porte. Pois são organizações que possuem grande poder de influência sob a sociedade, as quais estão inseridas;

b) Sociedade com capital estrangeiro e suas controladas,  independente da sua natureza jurídica, em face a sua importância para o meio econômico-social no Brasil.

c) Divulgações estatísticas e indexadores da economia, em função das suas relevâncias para o país. Através da auditoria seria possível um maior grau de confiabilidade em relação às divulgações estatísticas, onde as fontes de informações também deverão ser auditadas. A auditoria também proporcionará maior garantia sobre os procedimentos e critérios utilizados para o cálculo de índices econômicos, assim maior confiabilidade através da auditoria nas fontes de pesquisas.
É indiscutível a relevância da auditoria para a sociedade brasileira, e atualmente, o país já está na fase de conscientização de tal fato. A auditoria é considerada como essencial para a validação das demonstrações financeiras das sociedades anônimas, e desempenha um importante papel informativo para os diversos usuários. Os próprios "stakeholders", devem compreender a essencialidade da auditoria no setor econômico-social não apenas nas sociedades anônimas, mas em outras áreas relevantes, como já citadas, e que necessitam de um maior grau de confiabilidade.

Por Michele Dias
Referências bibliográficas:
VAINI, Luiz Carlos. A importância social e econômica da Auditoria no país o presente e o futuro. São Paulo: Ibracon,[19--].




CINTRA, Luiz Antônio. BANG-BANG NO TEXAS. Disponível em: <http://www.citadini.com.br/auditoria/istoe020123.htm. Acesso em 10 de nov. de 2011.

segunda-feira, 5 de março de 2012

O CASO ENRON E A IMPORTÂNCIA DA CONFIABILIDADE NAS PRÁTICAS CONTÁBEIS

O Caso Enron, um dos maiores escândalos do mundo corporativo, representa como manipulações de dados contábeis podem desencadear uma situação irreal do verdadeiro estado financeiro e econômico de uma grande empresa como a Enron. Enquanto a Enron, que era a sétima maior empresa dos Estados Unidos e uma das maiores empresas de energia do mundo, transmitia a imagem de ser uma empresa sustentável e absurdamente lucrativa para investidores, colaboradores e consumidores, utilizava-se de procedimentos contábeis indevidos.

        Foi utilizado o método de marcação a mercado e posteriormente o valor futuro hipotético, métodos subjetivos e e que tendem a sofrer manipulações, onde se registravam os lucros potenciais futuros para divulgar valores que jamais entrariam e consequentemente mascarar exorbitantes perdas. A Enron também utilizava empresas coligadas e controladas para inflar o seu resultado, e assim atrair mais recursos através dos investidores, garantindo a sua continuidade temporária.
     
A Arthur Andersen, empesa de auditoria independente da Enron, desempenhou um papel fundamental para sustentar a ilusão do sucesso de uma das maiores empresas dos EUA. Em um ramo como a auditoria, a confiabilidade é um atributo essencial no desempenho da sua atividade,e como resultado das ações antiéticas, a Arthur Andersen faliu assim como a Enron. Na análise do caso Enron é notório que diversos princípios contábeis foram infringidos. A administração assim como a contabilidade e auditoria, já possuíam informações necessárias para perceberem que a continuidade da entidade estava comprometida, mas não atuaram de acordo com o princípio da continuidade que dispõe sobre a influência do valor econômico de ativos, assim como o valor ou vencimentos dos passivos. Verifica-se também o descumprimento da integridade do registro do patrimônio e suas mutações, assim como o reconhecimento de receitas e despesas no período o qual efetivamente ocorreram. Esses descumprimentos estão vinculados aos princípios da oportunidade e competência, respectivamente. É necessário citar a inobservância do princípio da prudência, o qual os ativos não deverão ser superestimados, assim como os passivos não deverão ser subestimados, em situações que apresentem alternativas igualmente válidas. A Enron não poderia utilizar dos princípios contábeis citados, sem denunciar a verdadeira situação financeira da empresa.
     
Um escândalo corporativo acarretará em prejuízos inestimáveis a sociedade. O colapso da Enron provocou uma forte crise econômica, perda da confiabilidade no mercado de capitais, o desemprego de vinte mil pessoas, assim como inúmeros empregados que perderam tudo no fundo de pensão da Enron. Visando a regulamentação do mercado de capitais e um aperfeiçoamento dos sistemas financeiros e contábeis nas empresas, foi criada a lei Sarbanes-Oxley nos Estados Unidos, que também objetivou a recuperação da confiança dos investidores ao mercado financeiro e a prevenção de fraudes corporativas. Além da lei, é importante mencionar que as normas internacionais de contabilidade estão convergindo para uma postura mais rígida, e assim evitar ações antiéticas que abalam não apenas a economia de um país, mas sim a economia mundial.



Por Michele Dias




Referência: Documentário Enron: Os mais espertos da sala)