segunda-feira, 5 de março de 2012

O CASO ENRON E A IMPORTÂNCIA DA CONFIABILIDADE NAS PRÁTICAS CONTÁBEIS

O Caso Enron, um dos maiores escândalos do mundo corporativo, representa como manipulações de dados contábeis podem desencadear uma situação irreal do verdadeiro estado financeiro e econômico de uma grande empresa como a Enron. Enquanto a Enron, que era a sétima maior empresa dos Estados Unidos e uma das maiores empresas de energia do mundo, transmitia a imagem de ser uma empresa sustentável e absurdamente lucrativa para investidores, colaboradores e consumidores, utilizava-se de procedimentos contábeis indevidos.

        Foi utilizado o método de marcação a mercado e posteriormente o valor futuro hipotético, métodos subjetivos e e que tendem a sofrer manipulações, onde se registravam os lucros potenciais futuros para divulgar valores que jamais entrariam e consequentemente mascarar exorbitantes perdas. A Enron também utilizava empresas coligadas e controladas para inflar o seu resultado, e assim atrair mais recursos através dos investidores, garantindo a sua continuidade temporária.
     
A Arthur Andersen, empesa de auditoria independente da Enron, desempenhou um papel fundamental para sustentar a ilusão do sucesso de uma das maiores empresas dos EUA. Em um ramo como a auditoria, a confiabilidade é um atributo essencial no desempenho da sua atividade,e como resultado das ações antiéticas, a Arthur Andersen faliu assim como a Enron. Na análise do caso Enron é notório que diversos princípios contábeis foram infringidos. A administração assim como a contabilidade e auditoria, já possuíam informações necessárias para perceberem que a continuidade da entidade estava comprometida, mas não atuaram de acordo com o princípio da continuidade que dispõe sobre a influência do valor econômico de ativos, assim como o valor ou vencimentos dos passivos. Verifica-se também o descumprimento da integridade do registro do patrimônio e suas mutações, assim como o reconhecimento de receitas e despesas no período o qual efetivamente ocorreram. Esses descumprimentos estão vinculados aos princípios da oportunidade e competência, respectivamente. É necessário citar a inobservância do princípio da prudência, o qual os ativos não deverão ser superestimados, assim como os passivos não deverão ser subestimados, em situações que apresentem alternativas igualmente válidas. A Enron não poderia utilizar dos princípios contábeis citados, sem denunciar a verdadeira situação financeira da empresa.
     
Um escândalo corporativo acarretará em prejuízos inestimáveis a sociedade. O colapso da Enron provocou uma forte crise econômica, perda da confiabilidade no mercado de capitais, o desemprego de vinte mil pessoas, assim como inúmeros empregados que perderam tudo no fundo de pensão da Enron. Visando a regulamentação do mercado de capitais e um aperfeiçoamento dos sistemas financeiros e contábeis nas empresas, foi criada a lei Sarbanes-Oxley nos Estados Unidos, que também objetivou a recuperação da confiança dos investidores ao mercado financeiro e a prevenção de fraudes corporativas. Além da lei, é importante mencionar que as normas internacionais de contabilidade estão convergindo para uma postura mais rígida, e assim evitar ações antiéticas que abalam não apenas a economia de um país, mas sim a economia mundial.



Por Michele Dias




Referência: Documentário Enron: Os mais espertos da sala)

5 comentários:

  1. Parabéns pela síntese do caso ENRON.
    Foi uma das empresas maiores do U.S.A, estou inserindo no trabalho de conclusão de curso, do curso de Administração de empresas alguns artigos e cases sobre as empresas que faliram. O título é as Razões para o sucesso ou fracasso organizacional. no trabalho falaremos sobre esta empresas dentre as 6 empresas escolhidas. ótimo trabalho gostei muito.

    Jefferson

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  2. Não li nada, mas é a contadora mais bonita que já vi, hehe. PS: Estou estudando sobre o caso Eron e cai em seu blog. Boa sorte.

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  3. Eles brincaram com coisa séria... este caso é um total fiasco. Lamentável. :/
    Sigo sua linha de raciocínio, e acrescento que este caso também revela quão importante é a (boa) contabilidade. Sem esta, é improvável que haja uma administração eficiente e legítima, afinal, a contabilidade é a primeira a apontar o que merece atenção por parte dos administradores (ou, infelizmente, de acobertar as falcatruas destes, eles cônscios ou não).
    Parabéns pelo ótimo texto! Saudações Contábeis.
    Calouro ;)

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  4. Parabéns pelo texto desenvolvido, pois contém informações reais e objetivas, só faltou você incluir os nomes dos corruptos (Ken Lay - Proprietário, Jeff Skilling - CEO da ENRON, Andrew Fastow - Chefe do departamento financeiro, Lou Pai - O CEO Invisível) além de nomes mais famosos como Arnold schwarzenegger que teve apoio total da ENRON em sua candidatura como governador da Califórnia e o EX-PRESIDENTE dos EUA George W. Bush que era amigo pessoal de Ken Lay e o nomeou como ministro da energia em seu mandato.

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  5. Ótimo texto! Estou fazendo um trabalho sobre a Enron e caí no seu blog. Me foi muito útil. Obrigada!

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